
Por que
retornar à Missa de São Pio V?

O Divino
Espírito Santo.
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APRESENTAMOS A SEGUNDA CARTA
Do Rev. Padre Louis Demornex a seus paroquianos em CASERTA,
ITÁLIA.
Reflexões
e comparações entre as duas Missas.
1-
A Missa Católica
(do Catecismo de São Pio X).
A santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus
Cristo que, sob as espécies do pão e do vinho, se oferece
por mãos do sacerdote a Deus sobre o altar, memória e
renovação do sacrifício da Cruz.
-
Se
trata de um verdadeiro
sacrifício ou imolação do Corpo e do Sangue do
Senhor Jesus.
- O sacerdote é o sacrificador da vítima oferecida pelos
pecados do mundo. É Cristo que na pessoa do sacerdote, se
oferece a Deus Pai para expiar pelos nossos pecados e
livrar-nos do mal.
- A presença do Senhor é real, substancial e física
sob as espécies eucarísticas,
prescindindo da presença do povo.
Praticamente:
-
Afirmação da presença do Corpo, Sangue, Alma e Divindade de
nosso Senhor Jesus Cristo
sob as aparências do pão e do vinho, isto é, a substância do
pão e do vinho é transformada
na substância do Corpo e Sangue do Senhor.
-
Afirmação do sacerdócio ministerial,
isto é, o sacerdote é consagrado com um caráter indelével
para ser em eterno um outro Cristo, para permitir que Cristo
na sua pessoa e através da sua pessoa, abençoe, perdoe os
pecados e consagre o pão e o vinho.
- A
Missa é válida e justificada ainda que esteja presente
apenas o sacerdote,
porque Cristo no sacerdote consagra a Si mesmo nas espécies
eucarísticas e se oferece ao Pai como vítima pelos nossos
pecados renovando o sacrifício do Calvário, onde sozinho e
abandonado se imolava por todos nós.
2-
Na nova Missa
- (Instituição Geral do Missal Romano,
nE° 7)
A ceia
do Senhor, ou Missa, é a santa assembléia ou reunião do povo
de Deus que se reúne sob a presidência do
sacerdote para celebrar o memorial do Senhor. Portanto, no
que diz respeito à reunião local da santa Igreja, vale de
modo eminente a promessa de Cristo: "Onde dois ou mais
estiverem reunidos em meu nome, eu estou no meio deles"
(Mt., 18, 20).
-
Se trata de uma reunião do povo.
- O
sacerdote é o presidente de uma assembléia para dirigir o
encontro. Ele é em tudo igual aos fiéis ( ato
penitencial inicial e rito de comunhão comum ao sacerdote e
aos fiéis).
- A
presença do Senhor é puramente espiritual, e se faz
possível através da reunião do povo, portanto inexistente
sem o povo.
Praticamente:
-
Negação implícita da presença real do Senhor nas espécies
eucarísticas.
Afirmação de uma mera presença espiritual no povo.
-
Negação do sacerdócio ministerial,
relegando-o a uma função de presidência para dirigir uma
assembléia ( na nova linguagem o sacerdote preside a Missa,
não mais celebra a Missa).
-
Não tem sentido uma Missa sem a presença do povo,
o qual é necessário para garantir a presença espiritual do
Senhor.
# # #
Se as
palavras possuem algum sentido, é impossível não
constatar à primeira vista essas diferenças.
Se por
outro lado não era intenção do Redator dar esse significado
às suas palavras, ou seja, modificar totalmente a doutrina
católica sobre a santa Missa, então que ele volte à escola
primária para aprender a se expressar.
Mas
como o redator era inteligente, é claro que ele quis
exprimir o seu pensamento e a sua fé em termos inequívocos.
Depois, foi redigida uma outra definição da Missa, menos
herética, mas isso não mudou a realidade do novo rito.
É
como se um arquiteto desenhasse a planta de uma casa e
depois da sua construção ele percebesse que a casa não se
sustenta de pé, aí então ele se contentasse em mudar a
planta sem no entanto modificar a casa.
Ouçamos a voz dos protestantes,
neste caso, bem mais iluminados do que os Católicos:
Lutero, a respeito do rito católico:
"Eu
declaro que todos os bordéis, os homicídios, os furtos, os
assassinatos e os adultérios não são nada em comparação com
aquela abominação que é a missa papista.".
Os
protestantes de hoje a propósito do novo rito:
Max
Thurian
(da Comunidade de taizé, um dos seis pastores que
participaram na redação do novo rito - La Croix, 30.5.1969):
"Um dos frutos do Novus Ordo será que talvez as comunidades
não Católicas poderão celebrar a santa ceia com as mesmas
orações da Igreja Católica. Teologicamente é possível."
Siegevalt
(professor na Faculdade protestante de Strasburgo - Le
Monde, 22.11.1969): " Agora, na missa renovada, não há nada
que possa perturbar o cristão evangélico"
S.
A. Teinone
(teólogo luterano - La Croix, 5.5.1972): " A maior parte das
reformas desejadas por Lutero existem de agora em diante no
próprio interior da Igreja Católica...então por que não
reunirmo-nos?"
- A
este ponto quem não quer ver e compreender é no mínimo
desonesto.
- Não
interessa o que agrada e o que não agrada, o importante é
a Verdade, isto é, a comunhão com Deus.
-
Criar um rito que agrada, mas que é falso e herético é o
mesmo que dar murros ao vento com a ilusão de amassar o pão.
- Além
do mais é uma injúria contra Deus e uma traição aos fiéis
católicos.
Fala-se de obediência.
Mas se
alguém me apresentar uma pedra e me disser que por
obediência devo acreditar que é um pão, posso até crer por
ignorância, por medo, por comodismo, mas nada disso diminui
o fato de que uma pedra é uma pedra.
A
obediência na Igreja é uma arma mortífera se mal
interpretada,
porque toda a vida da Igreja está baseada na obediência,
sendo a Igreja uma sociedade monolítica construída sobre
Pedro.
Portanto o primeiro obediente deve ser o Papa, que não pode
afastar-se da verdade:
" O
Espírito Santo não foi prometido aos sucessores de Pedro,
para que por sua revelação, ensinassem uma nova doutrina,
mas para que por sua assistência, guardassem santamente e
expusessem fielmente a revelação transmitida pelos
Apóstolos, ou seja, o depósito da Fé."
(Concilio Vaticano I).
Se
por hipótese o Papa se afastasse da verdade,
dada a mentalidade Católica, ele arrastaria com muita
facilidade toda a Igreja para fora da verdade.
Ora,
através das duas diferentes definições de Missa e do
comentário dos protestantes, torna-se claro que o novo
rito se afastou da doutrina católica a respeito da Missa.
Não se
julga as intenções, olha-se para os fatos e contra fatos
os argumentos e as intenções nada valem. Não interessa
as justificativas dos inovadores sobre uma presunta "maior
riqueza contida nos novos livros litúrgicos".
Por
obediência, se passou de uma realidade da Missa,
católica, dogmática, canonizada, para uma
realidade protestante.
Será
que eu posso chamar uma pedra de pão só por obediência?
Posso
por acaso seguir um rito reformado só porque assim me
ordenou a Autoridade? Muito cômodo! Peçamos então aos
protestantes que se tornem novamente Católicos em nome da
obediência!
Posso por acaso chamar a Missa Católica,
"nova missa", tão longínqua das definições do Concílio
dogmático de Trento e tão aplaudida pelos protestantes,
usando o pretexto de que esta foi imposta do "Alto"?
A primeira regra da obediência é a vontade divina,
assim diz São Tomás de Aquino, e a segunda regra é
a vontade dos superiores na medida em que esses aderem a
Cristo. Pelo qual é um dever repreender os superiores
caso esteja em jogo um perigo para a fé. Neste
caso os superiores deveriam ser repreendidos pelos seus
inferiores e até mesmo publicamente. Esse foi o modo
como agiu São Paulo em relação a São Pedro (Summa
Theologiae, II-II, q. 33, a. 4, ad 2m).
Dizem
que basta rezar com devoção.
Mas
muitos protestantes, muçulmanos ou budistas rezam com
sincera devoção, e nem por isso podemos dizer que seus
cultos são verdadeiros.
"Os
deuses dos pagãos são demônios" (Salmo 95).
Dizem que todos agem assim.
Por
ter afirmado a verdade, Jesus ficou só diante de Pilatos e
isso não diminui o fato de que apenas Ele tinha razão.
Em
suma, quando se diz que o novo rito da Missa representa,
seja no seu todo como nos seus detalhes, um impressionante
afastamento da teologia Católica da Santa Missa, tal qual
essa foi formulada na sessão XXII do Concílio Tridentino, de
forma alguma se trata de opinião pessoal de qualquer cardeal
tradicionalista retrógrado, mas sim da fé de toda a
Igreja expressa naquele Concílio Dogmático. Se
depois de tudo isso alguém quisesse se afastar, teria toda a
liberdade, mas que não continuasse usando o nome de
Católico para não confundir os filhos da Igreja.
Não
interessa quem escreveu aquela definição, interessa a
verdade sobre a Missa.
Há
alguns que alegam que os dois ritos são equivalentes.
É como
se me dissessem que o violino e a guitarra são iguais. Por
que não experimentam pedir ao grande Paganini para tocar o
IV concerto brandeburguês com o arco sobre as cordas de uma
guitarra? Depois me dêem notícias dessa obra prima!
Peçam a um sacerdote sério pra celebrar o sacrifício do
Calvário
com este instrumento protestante que é o novo rito
(anglicano-calvinista), forjado para recordar unicamente
a ceia do Senhor, e provavelmente vocês terão uma Missa,
mas verdadeiramente deturpada.
Por
outro lado, se fossem equivalentes (e o nega seja a teologia
católica, seja a protestante), por que motivo inventar um
rito todo novo quando já temos um belíssimo, feito e
aprovado por toda a história e teologia da Igreja?
Seguindo a nova definição da Missa -
e até mesmo os teólogos protestantes confirmam que o
conteúdo corresponde à definição - não se faz mais aquilo
que antes fazia a Igreja Católica. Será então que deveríamos
concluir que o sacrifício perpétuo foi abolido?
Em suma:
- se
para a validade da Missa é necessário fazer aquilo que faz a
Igreja;
- e se
a Igreja de hoje não faz mais o que fazia a Igreja de ontem
e de sempre;
Seria
necessário concluir que a Missa de hoje não tem validade?
A
validade da Missa depende então da fé pessoal do
"presidente", e muitos "presidentes", por causa dos defeitos
já elencados, demonstram uma clara diminuição de sua fé e
alguns nem mesmo crêem mais (40% na França), sobretudo
os jovens educados dentro dessa nova mentalidade.
Que há uma diminuição da fé, esse é um fato evidente:
- o
Santíssimo Sacramento, no tabernáculo, ficava no centro de
nossas igrejas, entronizado sobre o altar principal,
objeto de imediata adoração para quem ali entrava.
Hoje na maioria das igrejas foi removido e muitas vezes nem
mesmo se sabe onde o colocaram. Isso quando não é
arrumado de modo verdadeiramente indecoroso! (eu mesmo
tive oportunidade de vê-lo em meio a trastes velhos, numa
caixa de papelão dentro de um depósito). O lugar
central agora é reservado à mesa;
-
A tal mesa não é mais um altar onde antes se guardava
as relíquias dos mártires, mas simplesmente uma mesa;
-
Se
reza a Missa voltado para o povo,
à moda dos calvinistas e anglicanos e não mais
voltados para o oriente ( na direção de onde surge o
sol, símbolo do Cristo ressuscitado) ou o tabernáculo;
-
Incensa-se o Santíssimo da mesma forma que se incensa as
estátuas ou o povo: 3X2 ao invés de 3X3 como se fazia antes;
-
Durante a Consagração não mais se incensa enquanto se
incensa a mesa, as estátuas e o povo (quando se usa o
incenso!);
-
Não se faz mais a genuflexão depois das palavras da
Consagração, antes da elevação. Será que há dúvidas de
que essas palavras ditas pelo sacerdote são realmente
eficazes? Apresenta-se a hóstia ao povo e o povo consagra
junto com o sacerdote (sacerdócio comum do "presidente"
e dos batizados?);
-
Existe
ainda a tendência de se querer diminuir o número das missas
durante a semana,
substituindo-as talvez pela leitura da Bíblia,
enquanto antes a Missa era obrigatória todos os dias, em
todas as paróquias;
- A comunhão é dada na mão dos comungantes, ao passo que até
1989 era considerado um sacrilégio tocar o Santíssimo;
-
A comunhão é recebida em pé ou sentado, enquanto
antes se recebia de joelhos com uma geneflexão antes e
depois ao se levantar;
-
Todos os homens e mulheres, podem tocar o Santíssimo e
até mesmo distribuí-Lo, enquanto antes era um
privilégio único dos sacerdotes ou diáconos;
-
Não se usa mais a pátena, por isso os
Fragmentos caem pelo chão e são pisados (Lúcifer
deve invejar este pecado que ele jamais conseguiu cometer);
-
Se joga fora a água das abluções logo depois da comunhão
(isso quando fazem abluções!), enquanto antes o
sacerdote, depois de ter lavado os dedos com o vinho e com a
água, bebia tudo;
- Supressão geral da bênção eucarística.
Sobre
esses pontos, os sacerdotes mais devotos se encontram num
conflito constante e devem lutar continuamente contra as
perversões advindas desta novidade, ou então devem se
adequar mesmo violando suas consciências.
Outros fenômenos concomitantes:
-
Nos anos 70, cerca de cem mil sacerdotes abandonaram o
sacerdócio, e não por motivos fúteis ou vulgares, mas
devido à crise religiosa e de identidade. Desculpem-me, mas
se uma doutrina (sobre o sacerdócio e a Missa) que lhe foi
ensinada como verdadeira, num golpe só, lhe é declarada como
equivocada, é natural que você resolva mandar tudo pelos
ares;
-
Existe
uma proibição insidiosa contra o verdadeiro rito católico,
como se fosse um terror sacro, uma antipatia visceral
inexplicável, um ódio sobrenatural só de pensá-lo (Lutero
não está muito longe!);
-
Pela
primeira vez na história, as reformas das ordens religiosas
não provocaram um retorno ao rigor dos fundadores,
mas uma adaptação e uma abertura maior à mentalidade do
mundo, da qual os religiosos antes eram desapegados e
afastados. E tudo isso estranhamente organizado pelos
próprios Superiores Maiores, enquanto semeia-se a suspeita,
o desprezo e a marginalização por aqueles religiosos que
quiseram manter sua fidelidade ao hábito, aos votos e às
suas regras religiosas;
-
Os sacerdotes e muitos religiosos se secularizaram
(hábito e estilo de vida);
-
Os leigos passaram a fazer parte do clero, com a introdução
do diaconato permanente para homens casados;
-
Os
seminários e conventos de fecham ou se adaptam à mentalidade
do mundo;
-
Cada vez mais os "católicos" se "consagram" às chamadas
"comunidades eclesiais", fundadas por mestres dúbios,
espécie de gurus, formando assim espécies de guetos
separados, superiores à comunidade dos fiéis, com seus ritos
floridos e multicoloridos e sua própria hierarquia;
-
Variações infinitas no que diz respeito ao dogma, à
moral, à Sagrada escritura, à liturgia;
-
Entre os fiéis, cada vez mais, ganha terreno a idéia de
que todas as religiões são boas, desde que o homem seja bom.
As
chagas são incontáveis, a confusão é total,
a Igreja tornou-se uma Babel.
E então se faz necessário retornar à alma da Igreja:
a santa Missa autêntica, não reformada, na espera de
tempos melhores.
E uma
vez que, como diz o provérbio latino: "Lex orandi, lex
credenti" (a lei da oração estabelece a lei da Fé),
ou seja, assim como se reza, assim se crê, da
verdadeira Missa Católica desabrocha a fé católica
necessária para a salvação.
A
Santa Missa não é uma invenção do Papa São Pio V,
mas a compilação da Missa romana antiga da qual foram
tirados alguns acréscimos introduzidos no decorrer dos
séculos: em suma, esse é o rito romano antigo retornado à
sua simplicidade primitiva e tornado obrigatório depois de
apenas seis meses de trabalho em todo o orbe católico e até
o fim do mundo, com ameaças para quem ousasse retocá-lo.
Não é
como a nova Missa, que depois de trinta anos ainda está em
fase de pesquisa e de modificações, sujeita ao capricho
desse ou daquele "presidente" ou de qualquer liturgista de
plantão, os quais não sabem o que querem e nem pra onde vão,
todavia se acham infalíveis e investidos de poderes
absolutos, de autoridade drástica. Cheios de ciência,
competência, eles sabem de tudo!
"Orgulho é sem dúvida aquela confiança em si mesmo pelo qual
se erguem como regra universal. Orgulho é aquela vanglória
que ali se apresenta fazendo os dizer, altivos e inchados:
nós não somos como o resto da humanidade! E que para não os
fazerem entrar em confronto com os demais, lhes empurra para
as mais absurdas novidades."
(São Pio X).
"Virá um tempo em que não suportarão mais a sã doutrina e
levados pelas próprias paixões e pelo prurido de escutar
novidades, ajustarão mestres para si, afastarão os ouvidos
da verdade e se atirarão às fábulas"
(2 Tim., 4, 3-4).
"Se o sal perder o sabor, não serve senão para ser jogado
fora e pisoteado pelo povo"
(Mt, 5, 13).
“Resisti-lhe fortes na fé.”
(I Ped 5, 9.)
Padre
Louis Demornex.
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