
O Divino
Espírito Santo.
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Padre
Martinho de Cochem.
Martinho de Cochem nasceu em 1625 ou, como querem outros,
em 1630, justamente na época em que os terrores da célebre
guerra dos Trinta Anos assolava a Alemanha. Cochem é o nome
duma pequena cidade, situada nas belas margens do Mosela
onde, pouco tempo antes do nascimento de Martinho, os padres
capuchinhos haviam construído um convento de sua Ordem.
Assim foi que o jovem, desde criança, estimava e amava os
bons religiosos, de sorte que, tendo o consentimento de sua
família, pediu-lhes o hábito de S. Francisco.
Feito capuchinho, distinguiu-se pela extraordinária piedade
e também pelo brilhante resultado de seus estudos, de
maneira que lhe foi confiada a cadeira de teologia na Ordem.
Por muitos anos, instruiu Martinho os seus jovens irmãos de
hábito nos segredos da ciência sagrada, até que, em 1666, o
terrível espantalho da peste estendeu suas asas negras sobre
a Alemanha, vitimando milhares de pessoas, especialmente nas
vizinhanças do Reno. Cheios de zelo pela salvação das almas,
os padres capuchinhos saíram da solidão do convento para
dedicar-se ao tratamento dos doentes, e muitos desses santos
homens deixaram a vida, mártires da caridade.
A escola, onde lecionava frei Martinho, foi dissolvida,
sendo os noviços, seus discípulos, enviados para suas casas.
Martinho aproveitou estas férias inesperadas e forçadas
para escrever um catecismo popular, no intuito de instruir o
povo católico nos princípios da religião. E com tanta
felicidade saiu-se desta incumbência, que os Superiores lhe
mandaram renunciar definitivamente ao magistério e ocupar-se
em editar livros e escritos religiosos que estivessem ao
alcance de todos. Conhecendo nesta ordem à vontade de Deus,
frei Martinho dedicava-se, com grande zelo, aos trabalhos da
pena, editando numerosas obras, vivas testemunhas de que o
seu autor tinha profundo conhecimento das necessidades
religiosas de seu tempo, assim como do modo prático de
remediá-las.
Seus escritos salientam-se pela linguagem simples e
ingênua, pelo jeito admirável de falar ao coração humano,
como também pela vivacidade e clareza do estilo.
Não podia deixar de suceder que o nome do padre Martinho se
tornasse célebre e atraísse a atenção dos altos príncipes da
Igreja. Com razão calculavam que o homem que, em seus
escritos, sabia, de modo tão insistente e enérgico, propor
ao povo o poder e a verdade da religião, ainda mais
conseguiria pela força da palavra, ensinando e iluminando o
mundo pela luz de suas acrisoladas virtudes. Eis o motivo
por que os arcebispos de Mogúncia e Treveris o encarregaram
de pregar missões e de realizar a visita canônica em quase
todas as freguesias de suas dioceses.
Obediente às ordens dos Superiores e pronto a sacrificar-se
pela salvação das almas, ia instruir o povo nas verdades de
nossa santa religião, procurando transmitir, com
especialidade, a seus inúmeros ouvintes, pelo menos uma
faísca daquela devoção ao Santíssimo Sacramento que lhe
abrasava o coração, e inspirando-lhes o desejo ardente de
assistir, com regularidade e devoção, ao Santo Sacrifício da
Missa, plenamente convictos de que o que se passa sobre o
altar, não é senão a repetição incruenta da morte do
Salvador.
Assim trabalhou incessantemente e sem cessar, até que, em
idade avançada, foi chamado pelo Retribuidor do Bem,
falecendo aos 10 de Setembro do ano de 1712.
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