
A SANTA MISSA
É O SACRIFÍCIO MAIS EFICAZ DE IMPETRAÇÃO.

O Divino
Espírito Santo.
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Na lei de Moisés, Deus não somente prescreveu
ao povo de Israel sacrifícios em testemunho de sua soberania
e poder divino, mas também sacrifícios de paz e de
impetração. E estes eram de uma eficácia
maravilhosa, porque faziam descer sobre Israel graças e
bênçãos de preservação.
Lê-se, na Sagrada Escritura (I Reis 7,7), que os
israelitas, ameaçados pelos filisteus, pediram a Samuel que
orasse por eles. Samuel imolou um cordeiro, implorou
ao Senhor, e, de repente, um pânico apoderou-se dos
inimigos, que fugiram em desordem.
Mais tarde, quando Deus castigou seu povo com a
peste, o rei David ofereceu igualmente o sacrifício de
paz, e o flagelo desapareceu. Exemplos semelhantes
encontram-se, freqüentemente, no antigo Testamento.
Se Deus prodigalizou ao povo hebreu um tal meio de
apaziguá-los, os cristãos receberam outro incomparavelmente
mais eficaz. Com efeito, que não obterá o Cordeiro
divino, imolado sobre o altar, quando os cordeiros dos
judeus aclamaram tão favoravelmente o Altíssimo! Os
sacrifícios da sinagoga só podiam ser oferecidos em uma
intenção e com um rito particular: a santa Igreja, bem
que tenha um sacrifício, pode oferecê-lo em diversas
intenções e obtém muito mais graças do que os múltiplos
sacrifícios dos judeus.
Assim posso assistir à santa Missa ou
celebrá-la para maior glória de Deus e alegria de Maria
Santíssima, em honra dos Anjos e dos Santos, para
minha salvação, para conservar ou recobrar minha saúde, para
ser preservado de males temporais, obter a remissão de meus
pecados, a emenda de minha vida, a graça duma boa morte.
Tudo isto posso pedi-lo para meus parentes e amigos e para
todos os fiéis.
Os doutores da santa Igreja são unânimes em
proclamar o poder da santa Missa como sacrifício
impetratório. "Ela é soberanamente eficaz, diz assim
deles, por causa do preço da Vítima e da dignidade do grande
Sacerdote sacrificador. Não há graças nem dons que, por seu
intermédio, não se possam obter. O número de suplicantes não
influi, todos receberão segundo seu pedido, porque, sendo
Jesus Cristo o principal sacrificador, sua oferta é,
infinitamente, agradável a Deus Pai; seus méritos
apresentados, neste momento, são inesgotáveis, suas chagas
têm um valor ilimitado".
São Lourenço Justiniano fala no mesmo sentido:
"Nenhum sacrifício é maior, mais agradável à divina
Majestade, que o Sacrifício da Missa, onde as chagas de
nosso divino Salvador, sua flagelação e todos os suplícios e
opróbrios que sofreu por nós, são de novo oferecidos a seu
Pai, e este, vendo de novo imolar-se aquele que enviou ao
mundo, concede o perdão aos pecadores, socorro, aos fracos,
a vida eterna, aos justos" (Sermo de Corp. Christi).
Pela oblação do santo Sacrifício, damos mais do que
podemos pedir. Por quê, pois, temer que nossa prece seja
rejeitada? Para obter qualquer coisa finita, oferecemos uma
Vítima de preço infinito. Como o Deus liberalíssimo, que
prometeu uma recompensa por um copo dágua dado em seu nome,
deixaria nossas súplicas sem resposta, quando lhe
apresentamos o cálice cheio do Sangue de seu Filho, deste
Sangue que implora graças e misericórdia por nós?
Depois da última Ceia, nosso bom Mestre disse:
"Em verdade, em verdade vos digo, tudo o que pedirdes a
meu Pai, em meu nome, Ele vo-lo dará". Que momento
mais próprio para pedir em nome do Filho senão aquele em que
Jesus, morrendo novamente por nós, é apresentado aos olhos
de seu Pai?
São Boaventura dá uma outra razão da eficácia do
santo Sacrifício: "Quando um soberano está
prisioneiro, dá-se-lhe a liberdade somente pelo preço dum
forte resgate. Não deixeis, pois, sair Jesus do altar, onde
é nosso cativo, sem que vos tenha concedido o perdão de
vossos pecados e a entrada no céu" (Tom. 4 in
Expositione Missae). Quando o sacerdote eleva a sagrada
Hóstia, parece dizer ao povo: "Vede, aquele que o
mundo não pode conter, está em nossas mãos: não o deixemos
retirar-se sem ter-nos concedido o que pedimos".
Sim, repitamos com Jacó, dirigindo-se ao Anjo: "Não
vos deixarei ir sem que me abençoeis".
Pela rica e agradável oblação da santa Missa,
podemos obter de Deus tudo o que é necessário à nossa
salvação.
Por quê é então que Deus nem sempre atende
aos que oferecem a santa Missa? A esta pergunta de
Santa Gertrudes, Nosso Senhor respondeu:
"Se nem sempre atendo a tuas orações e a teus
votos, é para preparar-te qualquer coisa mais útil, porque
não és capaz, por causa da fragilidade humana, de conhecer o
que te é mais vantajoso".
Outra vez a mesma Santa queixava-se humildemente,
dizendo: "De que servem minhas orações para aqueles em
cujo favor as ofereço? Não vejo frutos".
- "Não te admires, disse-lhe o divino
Salvador, de não veres o efeito de tuas orações, visto que
disponho das graças segundo minha sabedoria impenetrável;
entretanto, podes estar certa de que, quanto mais se rezar
por uma pessoa, mais feliz será, porque nenhuma oração
sincera fica sem efeito, ainda que esse efeito possa
conservar-se oculto".
Se, conforme a palavra de Jesus Cristo, cada oração
sincera produz frutos, qual não será o fruto de uma
Missa?
Lê-se na vida de São Severino, que uma nuvem de
gafanhotos caiu nos arredores do castelo Corul. Os frutos,
as árvores, toda a vegetação foi devastada. O povo
dirigiu-se ao abade Severino, implorando-lhe a intercessão
junto a Deus para afastar o flagelo.
Cheio de compaixão, o santo religioso convidou o
povo a entrar na igreja e aí pregou sobre a penitência e a
oração, terminando com as seguintes palavras: "Não
conhecendo oração mais eficaz do que a santa Missa, vou
oferecê-la em vossa intenção; oferecei-a comigo, e ponde
nela toda a vossa confiança".
Todos se apressavam em obedecer, à exceção de um só
que dizia: "Vã é a vossa confiança. Embora ouçais todas
as Missas que se celebram no mundo inteiro e fiqueis o dia
todo em oração, não afastareis um só gafanhoto". Dito
isto, dirigiu-se para a sua tenda de trabalho. O povo,
porém, piedosamente unido ao sacerdote celebrante, suplicou
a Deus que o livrasse do terrível flagelo.
Terminada a santa Missa, saíram todos para
seus campos e pastos e verificaram, com surpresa e
reconhecimento, que os gafanhotos, apesar de serem tantos
que formavam uma nuvem espessa, se retiraram: a alegria
reinava, por isso, em todos os corações. Também o
leviano que, pouco antes, zombava da santa Missa,
associou-se aos outros fiéis, admirado pelo que viu.
Grande, porém, foi a sua surpresa, quando a nuvem
de gafanhotos, já bastante longe, de repente, como em
castigo, voltou para o seu campo e só se afastou, depois de
haver destruído completamente a sua colheita.
Este caso histórico mostra-nos, mais uma vez,
a eficácia da oração durante a santa Missa, e o castigo
reservado àqueles que a desprezam.
Tenhamos, pois, à semelhança daquele povo,
grande confiança no santo Sacrifício. O Apóstolo São
Paulo anima-nos a isso, dizendo: "Marchemos cheios de
confiança para o trono de graça, a fim de obtermos
misericórdia e merecermos o socorro oportuno".
Este trono de graças não é o céu, pois não podemos
ir até lá, mas, sim, o altar, sobre o qual é imolado, todo
dia, o Cordeiro, a fim de obter para nós graça e
misericórdia.
Vamos cada manhã a este trono de graças, procurar
os socorros necessários; vamos com alegria e confiança,
porque é o trono da graça e não da vingança, da misericórdia
e não da justiça.
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