
A SANTA MISSA
É O MELHOR SACRIFÍCIO DE AÇÃO
DE GRAÇAS.

O Divino
Espírito Santo.
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Os benefícios de Deus para conosco estão acima de
todo o número e de todo o alcance. Criou-nos, concedeu-nos
os sentidos e todos os membros do corpo; deu-nos uma alma
feita à sua imagem e semelhança; santificou-a pelo batismo,
escolheu-a para ser-lhe esposa; confiou-a à guarda de um
Anjo. Cuida de nós, noite e dia, perdoa-nos os pecados pelo
Sacramento da Penitência, e sustenta-nos com sua Carne no
Sacramento da Eucaristia. Suporta, pacientemente, nossas
ofensas, dá-nos boas inspirações, aguardando nossa
conversão. Instrui-nos pela boca de seus sacerdotes, atende
as nossas fracas orações e preserva-nos de mil perigos. É
nossa consolação nas penas, nosso escudo nas tentações, a
recompensa em qualquer circunstância. Como se tantas graças
não fossem suficientes, acrescentou mais uma, excelente
entre todas: adotou-nos por seus filhos.
"Considerai que amor o Pai nos testemunhou,
fazendo que nos chamássemos filhos de Deus e que
efetivamente o fôssemos", escreve o Apóstolo São
João (I Epístola, 3, 1). "Se somos filhos",
diz, por sua vez, São Paulo, "somos também herdeiros
de Cristo" (Romanos, 8, 17). Não é excesso de
bondade que pobres mendigos sejam admitidos à adoção e à
herança do Rei dos reis?
Depois deste dom incomparável, sua mão paterna não
se fechou; tendo o pecado nos colocado sob o poder de
Satanás, Deus libertou-nos por seu Filho Jesus. "Deus
amou tanto ao mundo que lhe deu seu Filho único" (Jo.
III, 16), não só revestindo-o de nossa natureza, porém
entregando-o por nós à morte mais dolorosa.
Se Deus não nos tivesse concedido outra coisa além
de um olhar favorável, quem poderia agradecer-lhe bastante?
Não é Ele a Majestade infinita, e nós, pobres criaturas?
Como então agradecer a Jesus Cristo sua encarnação, vida,
paixão e morte? Não devemos dizer com o rei David:
"Que renderei ao Senhor por todos os bens de que me tem
cumulado?" (Sl. 115) ou com o profeta Miquéias:
"Que posso oferecer ao Altíssimo que seja digno dele?"
(5, 6). E eis a resposta inspirada do santo rei:
"Oferecerei um sacrifício em ação de graças e cumprirei meus
votos ao Senhor" (Sl. 115).
Este sacrifício de ação de graças é a santa
Missa, e assisti-la com esta intenção é, por
conseguinte, uma maneira perfeita de agradecer a nosso
soberano Benfeitor. "Este santo Sacrifício, diz Santo
Irineu, foi instituído a fim de que não fôssemos ingratos
para Deus" (Lib. 4, contra haer. C. 22). Fora deste
Sacrifício, nada acharíamos para oferecer à Santíssima
Trindade, na proporção de seus benefícios.
Também as palavras do missal indicam, claramente, o
caráter de ação de graças da santa Missa. Além dos
versículos já citados do "Glória", se diz no
"Prefácio": "Agradeçamos ao Senhor,
nosso Deus. É verdadeiramente justo e razoável, é proveitoso
e salutar agradecer-Vos, sempre e em todo o lugar, Senhor
santo, Pai poderosíssimo, Deus eterno, por Jesus Cristo,
nosso Senhor".
Imediatamente antes da consagração, o sacerdote
diz: "Ele tomou o pão em suas mãos santas e
veneráveis, e, levantando os olhos para o céu, rendeu
graças".
Oh! amável elevação dos olhos de meu Jesus! Oh!
poderoso testemunho de gratidão, substituindo nossos
agradecimentos incompletos! O que Jesus fez depois da última
Ceia, renova-o em cada Missa. E nesta ação de graças duma
pessoa divina, sendo infinita, Deus encontra uma satisfação
incomparável.
Pesai agora o valor desta ação de graças. Se, desde
a infância até agora, tivésseis agradecido a Deus os
inumeráveis benefícios, teríeis feito menos do que
assistindo apenas a uma Missa em ação de graças. Se
tivésseis convidado todas as almas piedosas a unir os
cânticos de agradecimento aos vossos, e, durante toda a
vida, todos juntos, tivésseis unido vossas vozes e vossos
corações, o resultado jamais atingiria ao da
celebração da santa Missa. Dizemos mais, se o
próprio exército celeste tivesse assumido esta tarefa, não
se aproximaria da perfeição do reconhecimento testemunhado a
Deus por Jesus Cristo sobre o altar.
Oh! Deus, faça-nos compreender o tesouro,
oculto na santa Missa. Tal conhecimento nos tornaria
felizes e ávidos de assistirmos ao divino Sacrifício!
"As
graças, diz São Tomás de Aquino, devem ser referidas ao seu
autor pela gratidão, e isto pelo mesmo canal com que no-las
transmitiu".
Jesus, porém, é o caminho pelo qual nos chega todo
o bem. Logo, por Jesus Cristo, imolado sobre o altar, nossas
ações de graças devem subir ao céu.
Também
São Paulo, escrevendo aos Coríntios, diz: "Rendo ao
meu Deus continuadas ações de graças, por vós, pela graça
que vos foi feita em Jesus Cristo. Porque nele fostes
cumulados de riquezas, de maneira que não ficais inferiores
a ninguém em toda a sorte de graças" (I Cor. 1, 4)
Considerai, pois, piedoso leitor, quanto és devedor
pela instituição da santa Missa, visto que, sem ela, não
terias o meio de agradecer, dignamente, a Deus. Praza a Deus
que possas apreciar bastante nossa felicidade. No santo
Sacrifício, Jesus torna-se nossa propriedade; com ele
possuímos-lhe os méritos, de maneira que, em união com a
Vítima divina, podemos oferecê-los ao Rei celeste e apagar a
dívida que nos acabrunha.
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