
A SANTA MISSA
É A
ESPERANÇA SEGURA DOS MORIBUNDOS.

O Divino
Espírito Santo.
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Somente quando se experimentam os horrores da
morte, se pode saber quanto é amarga; não obstante,
aprendemos a conhecê-la um pouco, cada vez que assistimos a
agonia de um de nossos irmãos. Então sentimos quanto
Aristóteles, grande sábio da antiga Grécia, tinha razão em
dizer: "Entre todas as coisas horrorosas, a mais
horrorosa é a morte".
Na verdade é, não somente porque é a separação de
nossa alma do nosso corpo, mas, principalmente porque
é a porta da eternidade e nos lança diante do justo tribunal
de Deus. A viva representação destas duas cousas
terríveis inspira ao moribundo um tal terror, que o coração
lhe treme e um suor frio lhe orvalha a fronte.
Que fazer em semelhante agonia? Como consolar esta
alma? Como encorajá-la em que segurança a devemos pôr, a fim
de que o demônio não a arraste ao desespero? Ah!, que
se lance no seio da infinita misericórdia de Deus, e sua
esperança não será baldada.
São Gregório nos diz: "Aquele que fez tudo
quanto pode, deve confiar na divina Misericórdia, porque ela
não o abandonará; o que, ao contrário, mostrou-se
negligente, não terá razão de confiar nela, pois
enganar-se-ia". - Mas, onde está a alma que foi
sempre, perfeitamente, fiel? Haverá uma sobre mil? Todos,
tais como somos, não poderíamos viver melhor, se
quiséssemos?
Com que pode contar o moribundo na última hora?
Afirmamos que não há para ele mais legítimo motivo de
esperar do que a santa Missa, se, durante a vida, amou-a e
ouviu-a devota e assiduamente. O profeta David
confirma esta crença: "Oferecei sacrifícios de justiça
e esperai no Senhor" (Sal. 4, 6).
Este sacrifício não é outro senão a santa Missa,
pela qual nos desobrigamos com a divina Justiça, vantagem
que não tinham os sacrifícios da antiga Lei. Eis porque não
se podia, propriamente falando, chamá-los sacrifícios de
justiça. David não se dirige, com essa exortação, aos
sacerdotes judeus, porém a todos os cristãos e aos
sacerdotes católicos, para que ponham todo o zelo na
celebração da santa Missa, a fim de aplacar a cólera de Deus
e apagar a pena ligada ao pecado.
Tudo isto é tão justo que o salmo conclui dizendo:
"O coração em paz, por causa do sacrifício, dormirei
meu último sono e repousarei para a eternidade porque me
tendes, Senhor, fortalecido nesta esperança".
Fala em nome do cristão moribundo, indicando-nos
com o que devemos contar, com mais certeza, na hora da
morte. A santa Igreja assim o compreende por estas palavras
do Ofício dos mortos: "Requiescant in pace - Senhor,
concedei-lhes o repouso" - Deste modo, aquele que,
durante a vida, ofereceu, com o sacerdote, o "sacrifício de
justiça", pode esperar firmemente na misericórdia divina e
dizer com David, no momento da morte: Senhor, cheio de
confiança no santo Sacrifício, dormirei em paz e me deitarei
no túmulo até que raia o grande dia da eternidade.
Não temo a morte eterna, porque em vós lancei a âncora
da minha esperança. Não, Senhor, não posso crer que me
haveis de repelir, visto que Vos tenho oferecido,
freqüentemente, o "Sacrifício da Justiça", cuja virtude
purificadora e santificante há de ter apagado meus pecados e
satisfeito as exigências de vossa Justiça. Eis minha doce
esperança: sossegado por ela, já não receio comparecer ao
vosso rigoroso tribunal.
É de fé que os méritos da Paixão e Morte de Nosso
Senhor Jesus Cristo constituem as bases mais legítimas das
nossas esperanças. Ora, na santa Missa, estes méritos
são distribuídos a todos os assistentes em estado de graça.
Apoiar-se, cheio de confiança, sobre a santa Missa, é, pois,
apoiar-se sobre os méritos do próprio Salvador.
Poderia alguém objetar: Todo o moribundo, qualquer
que seja, pode contar com a Paixão e Morte do divino
Salvador, visto que sofreu por todos, a fim de satisfazer
por todos os pecados e preservar-nos da condenação eterna.
Respondemos: De que servirão à nossa alma os frutos
da Paixão e Morte de Jesus Cristo, se não aplicados? E, como
revesti-la, deles, mais seguramente, senão pela santa Missa,
visto que a santa Igreja ensina "que os frutos do
Sacrifício cruento da Cruz são distribuídos, da maneira mais
abundante, pelo Sacrifício não cruento da santa Missa, e
esta foi instituída, para que a virtude salutar do
Sacrifício da Cruz fosse aplicada em remissão de nossos
pecados quotidianos" (Conc. Trento, Sess. 22).
O cristão que espera desta maneira, não se firma,
nem em si, nem nos próprios méritos, porém em Jesus Cristo,
nas orações, nos méritos do divino Salvador, dos quais
participa no santo Sacrifício do Altar; apóia-se sobre o dom
perfeitíssimo que, pelas mãos do sacerdote, ofereceu ao Pai
celeste; apóia-se sobre o precioso Sangue que jorra do altar
sobre sua alma; confia na oração de Jesus, em que pode e
deve confiar.
Esta confiança é tão infalível que Sanchez diz:
"A santa Missa nos autoriza a uma esperança da vida
eterna tão segura que, para crer, nos é precisa a graça da
fé". - Isto compreenderam bem os Santos e, por isso,
preparavam-se para a morte pela devota celebração, ou
audição da santa Missa.
Fortificada pelo pensamento da santa Missa, a alma
deixa este mundo e vai apresentar-se no tribunal de Deus.
Achar-se em presença do justo Juiz! Homem altivo,
qual será a tua situação? Que postura terás então?
Nossos pecados se mostrarão sob formas horríveis;
nossas boas ações ali também estarão, para nos animar e, se
tivermos ouvido muitas Missas, virão sob figuras
encantadoras que, pela agradável presença, nos dissiparão os
terrores. "Vamos acompanhar-te ao tribunal do justo
Juiz, - dirão - nós, as missas que, fielmente, assististe;
lá te desculparemos; testemunharemos tua piedade para o
santo Sacrifício; diremos quantos pecados apagaste, quantas
dívidas saldaste. Tem coragem! Acalmaremos a cólera do justo
Juiz e te obteremos o perdão".
Que consolação para tua alma opressa, achar amigos
tão fiéis, e tão poderosos advogados!
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