
A Comunhão sacrílega
Santo António Maria Claret
Cân. 898
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Os fiéis tenham em suma honra a santíssima Eucaristia,
participando activamente na celebração do augustíssimo
Sacrifício, recebendo com grande devoção e com frequência
este sacramento, e prestando-lhe a máxima adoração; os
pastores de almas, ao explanarem a doutrina sobre este
sacramento, instruam diligentemente os fiéis acerca desta
obrigação.

O Divino
Espírito Santo.
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“De modo que qualquer que comer do pão, ou beber do cálice
do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do
Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma
do pão e beba do cálice. Porque quem come e bebe, come e
bebe para sua própria condenação, se não discernir o corpo
do Senhor. Por causa disto há entre vós muitos fracos e
enfermos, e muitos que dormem.”
(1 Cor 11, 27-30).
Não há praticamente nenhum crime que mais ofende a Deus que
a comunhão sacrílega. Os Santos Padres o demonstram em
palavras e exemplos extraordinários.
O comungante em pecado mortal comete um crime
maior que Herodes, diz Santo Agostinho, mais assustador do
que Judas, diz São João Crisóstomo, mais terrível do que o
cometido pelos judeus, crucificando o Salvador, dizem outros
santos. E a tudo isso, acrescenta São Paulo, será réu do
Corpo e Sangue de Cristo, que diz a Glosa: a ser punido como
se, com as suas mãos, tivesse morto o Filho de Deus.
A
comunhão sacrílega é um crime tão grande que Deus não espera
para o punir no inferno. Ele já começa neste mundo a
indignar-se com tamanho crime, permitindo a doença e a
morte. No tempo dos Apóstolos, segundo São
Paulo, muitos dos males de alguns derivaram de comunhões
sacrílegas, sofrendo ferimentos muito graves e outros
morreram.
São
Cipriano refere que alguns de seu tempo, não sendo
dignos de receber a Sagrada Comunhão, depararam-se com uma
dor intolerável nas entranhas e às portas da morte.
São João Crisóstomo conhecia muitos possuídos por
demônios por causa deste crime. O Papa São Gregório
assegura que, em Roma, houve grandes estragos devido à
peste que apareceu, por se terem continuado as diversões
imorais e os espetáculos de impurezas após a Comunhão
pascal.
Lemos
na vida de um monge de São Bernardo se atreveu a comungar em
pecado mortal. Algo terrível! Logo que o
Santo lhe deu a Sagrada Hóstia, rebentou como Judas e como
ele foi condenado eternamente.
Segundo o famoso P. Arbiol, havia uma senhora que, num
evento solene foi à confissão e o confessor, a encontrando
numa ocasião próxima de pecado, ele disse que não poderia
absolver a menos que primeiro se afastasse da ocasião, e
disse-lhe ainda que naquele dia não podia receber a Sagrada
Comunhão. Mas ela quis receber o Corpo de Jesus,
independentemente do que o confessor lhe tinha dito, e
imediatamente tomou a Hóstia Sagrada na garganta, engasgada,
caindo morta na mesma igreja, na presença de muitas pessoas.
Um grande número de casos desta natureza poderia referir-se
não só antigo mas igualmente à idade moderna,
mas isso não acontece muito, porque, creio eu, que os bons,
com santo temor, se retraem de freqüentar os Santos
Sacramentos e Jesus, pelo amor que nos tem para o nosso bem,
obviamente prefere deixar impune o sacrilégio e receber os
bons muitas vezes, estes que não se atrevem a tomá-lo,
assustados com a punição dos pecadores.
Mas se
a estes últimos pecadores não os pune de forma visível, já o
está a fazer invisivelmente: com a cegueira de
entendimento, dureza de coração, do seu abandono neste
mundo, e em seguida, no outro, com o castigo eterno do
Inferno. Encomendemo-nos à Santíssima Virgem
Maria, para que alcancemos a ajuda que precisamos para
receber com freqüência e dignamente os Sacramentos.
E para
que conheçamos o quanto convém receber dignamente os
Sacramentos e os diferentes efeitos causados por eles, um
outro caso que li na vida dos Santos Padres:
Houve
um Bispo muito virtuoso, que, tendo sido avisado duas
pessoas que viviam de maneira ilegal aos olhos de Deus,
suplicou ao Senhor que se dignasse a manifestar o pecado na
consciência de cada um deles. Deus ouviu suas preces, e um
dia depois de ter distribuído a Sagrada Comunhão a uma
grande multidão, viu que cada um tinha seu rosto negro
como o carvão, outros olhos brilhantes, e outros muito
elegantes, vestidos de branco.
O bom
bispo repetiu a súplica, para que Deus lhe manifestasse
aquele mistério. Naquele instante, apareceu um anjo, e
disse: “Fica sabendo que os que têm a cara preta são
impuros e desonestos, os olhos brilham, outros são
avarentos, usurários e vingativos, e aqueles que parecem tão
bonitos, vestidos brancos são aqueles que estão adornados de
graça e de virtudes.”
Aproximaram-se então as duas pessoas acusadas de viverem em
pecado e o Bispo também as viu bonitas e resplandecentes. O
santo bispo pensou que fora enganado, mas o Anjo disse-lhe
que de fato era verdade o que se dizia deles, mas
tendo-se afastado do pecado e fazendo uma boa confissão,
eles foram perdoados de todos os seus pecados.
Portanto irmão, amado em Jesus Cristo, eu imploro e peço
para não receberes a Sagrada Comunhão em pecado mortal,
mas não te preocupes se te encontras nesse tão miserável
estado. Confessa-te logo que possas, exercita e
pratica fervorosamente muitos atos de humildade, confiança e
de amor a Deus e, com esta disposição, colherás grandes
frutos celestiais que nos são dados na Sagrada Eucaristia,
para aqueles que A recebem dignamente.
Os
frutos principais da Sagrada Comunhão dignamente recebida:
1.º
Aumenta a graça.
2.º
Dá luz à alma para distinguir o bem do mal, para segui-lo e
evitá-lo, respectivamente.
3.º
Aviva a fé e a esperança.
4.º
Estimula a caridade.
5.º
Modera a raiva e outras paixões, preservando-nos do pecado.
6.º
Estamos unidos com Jesus Cristo.
7.º
Nos dá um espírito manso.
8.º
Repele os demônios, para que não nos tentem tantas vezes.
9.º
Acalma o remorso da consciência.
10.º
Dá-nos uma grande confiança em Deus, na hora da morte.
11.º
Dá força e alimenta a alma.
12.º
Finalmente, dá-nos uma ajuda especial para perseverar no bem
e chegar à glória eterna, sendo penhor de salvação.
Fonte:
São pio V.
Veja também:
> A sacrílega comunhão
na mão.
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