
A Comunhão Espiritual,
nossa vida Eucarística.
Cân. 898
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Os fiéis tenham em suma honra a santíssima Eucaristia,
participando activamente na celebração do augustíssimo
Sacrifício, recebendo com grande devoção e com frequência
este sacramento, e prestando-lhe a máxima adoração; os
pastores de almas, ao explanarem a doutrina sobre este
sacramento, instruam diligentemente os fiéis acerca desta
obrigação.

O Divino
Espírito Santo.
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Segundo os exemplos dos Santos.
A
Comunhão Espiritual é a reserva de vida e de Amor
Eucarístico sempre ao alcance da mão para os enamorados de
Jesus Hóstia. Por meio da Comunhão Espiritual, de fato,
ficam satisfeitos os desejos de amor da alma que quer
unir-se a Jesus seu Amado Esposo. A Comunhão Espiritual é
união de amor entre a alma e Jesus Hóstia. União toda
Espiritual, mas real, até mais real do que a própria união
em nós da alma com o corpo, “porque a alma vive mais
onde ama, do que onde vive”, diz São João da Cruz.
Fé, amor, desejo.
Quanto
à maneira de fazer
a
Comunhão Espiritual supõe, é evidente, a fé na Presença Real
de Jesus nos Sacrários. Ela compreende o desejo da Comunhão
Sacramental e exige a Ação de Graças pelo Dom recebido de
Jesus. Tudo isso está expresso com simplicidade na fórmula
de Santo Afonso de Ligório: “Meu Jesus, eu creio que
vós estais no Santíssimo Sacramento. Eu vos amo sobre todas
as coisas. Eu vos desejo em minha alma. E, já que agora não
posso receber-Vos Sacramentalmente, vinde pelo menos
espiritualmente ao meu coração. (pausa) Como já tendo vindo,
eu Vos abraço e me uno a Vós. Não permitais que eu me separe
mais de vós.”.
A
Comunhão Espiritual produz os mesmos efeitos que a Comunhão
Sacramental, conforme as disposições de quem a faz, conforme
maior ou menor carga de afeto com que se deseja receber a
Jesus e o amor mais ou menos intenso com que se recebe Jesus
e com que nos entretemos com Ele.
Privilégio exclusivo da Comunhão Espiritual é o de poder ser
feita quantas vezes quisermos (e até mesmo centenas de vezes
por dia), quando quisermos (mesmo em plena noite), onde
quisermos (até num deserto... ou num avião em pleno vôo). É
conveniente fazer a Comunhão espiritualmente quando se
assiste a Santa Missa e não se pode fazer a Comunhão
Sacramental no momento em que o sacerdote comunga.
A alma
comunga também, chamando a Jesus em seu coração. Desse modo,
toda Missa que se tiver ouvido estará completa: Oferta,
Imolação e Comunhão. Seria deveras uma Graça Suprema, a ser
invocada com todas as forças, se na Igreja se chegasse a
realizar logo aquele voto do Concílio de Trento, “que
todos os cristãos comunguem em todas as Missas que ouvem”:
desse modo, quem puder participar de mais Missas cada dia,
poderá também fazer comunhões Sacramentais cada dia.
Os dois Cálices
Quão
preciosa seja a Comunhão Espiritual, Jesus o disse a Santa
Catarina de Sena em uma visão. A Santa temia que a Comunhão
Espiritual não tivesse nenhum valor, se comparada com a
Comunhão Sacramental. Jesus lhe apareceu em visão, com dois
Cálices na mão, e lhe disse: “Neste Cálice de ouro
ponho as tuas Comunhões Sacramentais e neste Cálice de prata
ponho as tuas Comunhões Espirituais. Estes dois Cálices Me
são muito agradáveis.”
E à Santa
Margarida Maria Alacoque, que com muita diligência costumava
enviar os seus inflamados desejos, clamando por Jesus no
Sacrário, uma vez Jesus disse: “Para Mim é de tal modo
querido o desejo que uma alma tem de Me receber, que Eu Me
precipito nela, cada vez que ela Me chama com os seus
desejos.”
Quanto
tenha sido amada pelos Santos a Comunhão Espiritual, não nos
é difícil entrever. A Comunhão Espiritual satisfaz, pelo
menos em parte, àquela ânsia ardente de ser sempre: “um” com
quem ama. O próprio Jesus disse: “Permanecei em Mim, e
Eu permanecerei em vós”(Jo. 15,4).
E a
Comunhão Espiritual ajuda-nos a ficarmos unidos a Jesus,
ainda que estejamos longe de Sua Morada. Outro meio não há
para aplacar os anelos de amor que consomem os corações dos
Santos. “Como a corça anela pelos cursos da águas,
assim minha alma anela por ti, ó Deus”(Sl. 41,2). E
assim é o gemido dos Santos: “Ó meu esposo querido –
exclama a Santa Catarina de Gênova – eu desejo de tal modo a
alegria de estar contigo, que me parece, que se eu estivesse
morta, ressuscitaria para receber-Te na Comunhão.”
E a Beata
Ágata da Cruz sentia tão agudo o desejo de viver sempre
unida a Jesus Eucarístico, que chegou a dizer: “Se o
Confessor não me tivesse ensinado a fazer a Comunhão
Espiritual, eu não teria podido viver.”
Para
Santa Maria Francisca das Cinco Chagas era, igualmente, a
Comunhão Espiritual o único alívio para a dor aguda que
sentia, quando ficava fechada em casa, longe do seu Amor,
especialmente quando não lhe era permitido fazer a Comunhão
Sacramental. Então, ela subia ao terraço da casa e, olhando
para a Igreja, suspirava entre lágrimas: “Felizes
aqueles que hoje Te puderam receber no Sacramento, ó Jesus!
Felizes os Sacerdotes que estão sempre perto do Amabilíssimo
Jesus!” E assim só a Comunhão Espiritual podia
tranqüilizá-la um pouco.
Durante o dia
Eis aqui
um dos conselhos que o beato Pe. Pio de Pietrelcina dava a
uma sua filha espiritual: “Durante o dia, quando não
podes fazer alguma outra coisa, chama por Jesus, mesmo até
no meio de todas as outras ocupações, com um gemido
resignado da alma, e Ele virá e ficará sempre unido com tua
alma por meio de sua Graça e do Seu Santo Amor. Voa com o
teu espírito para diante do Sacrário, quando lá não podes ir
com teu corpo, e lá desafoga os teus ardentes desejos e
abraça o Amado das Almas, melhor ainda do que se tivesses
podido recebê-Lo sacramentalmente!”
Aproveitemos, nós também, deste grande Dom. Especialmente
nos momentos de provação ou de abandono, que pode haver de
mais precioso do que a união com Jesus Hóstia, por meio da
Comunhão Espiritual? Este Santo exercício pode encher os
nossos dias de amor e de encanto, pode fazer-nos viver com
Jesus em um amplexo de amor, e só depende de nós que o
renovemos freqüentemente e que não interrompamos quase
nunca.
Santa
Ângela Merici tinha uma especial predileção pela Comunhão
Espiritual. Não somente a fazia muitas vezes e exortava os
outros a fazê-la, mas chegou a deixá-la como “herança” às
suas filhas, a fim de que a praticassem sempre.
A vida de
São Francisco de Sales não deve ter sido talvez toda ela uma
corrente de Comunhões Espirituais? Era propósito de o Santo
fazer uma Comunhão Espiritual pelo menos cada quarto de
hora. Este mesmo propósito foi o que tinha tomado São
Maximiliano Maria Kolbe, desde jovem.
E o servo
de Deus André Beltrami deixou-nos uma breve página de seu
diário íntimo que é um pequeno programa de uma vida vivida
em uma Comunhão Espiritual contínua com Jesus Eucarístico.
Estas são as suas palavras: “Onde quer que eu me ache,
pensarei amiúde em Jesus Sacramento. Fixarei meu pensamento
no Santo Sacrário, até mesmo quando eu acordar de noite,
adorando-O de onde eu estiver, chamando por Jesus no
Sacramento, oferecendo-Lhe o trabalho que eu estiver
fazendo. Vou instalar um fio telegráfico da sala de estudo
até a Igreja, um outro a partir do meu quarto e um terceiro
do refeitório. Depois, vou enviar despachos, no maior número
possível, a Jesus no Sacramento.” Que contínua
corrente de amor Divino não deve ter passado por aqueles
queridos... fios telegráficos!
Até durante a noite
Destas e
de outras semelhantes santas indústrias os Santos têm sido
muito prontos a servir-se para desabafarem seus corações que
nunca se saciavam de amar. “Quanto mais eu Te amo,
parece-me que menos Te amo – exclama Santa Francisca Xavier
Cabrini – porque eu quereria mais. Mas não posso mais...
dilata, dilata o meu coração...”
Nos
períodos em que não acordava de noite, Santa Bernadette
chegou a pedir a uma sua coirmã que a despertasse. E para
quê? “Porque eu gostaria de fazer a Comunhão
Espiritual!”
Quando
São Roque de Montpellier passou cinco anos encarcerado, por
ter sido considerado um vagabundo perigoso, no cárcere
ficava sempre com os olhos fitos na janelinha, rezando. O
carcereiro lhe perguntou: Que é que ficas daí olhando?
“Fico olhando para a torre dos sinos da Paróquia.”
Era a necessidade que o Santo sentia de uma Igreja, de
um Sacrário, de Jesus Eucarístico, seu grande amor.
Também o
Santo Cura d’Ars dizia aos fiéis: “À vista de um
campanário, podeis dizer: Lá está Jesus, porque lá um
Sacerdote celebrou a Missa.”
E o Beato
Luiz Guanella, quando ia de trem acompanhar os peregrinos
até os Santuários, recomendava sempre a eles que volvessem
seus pensamentos e corações para Jesus cada vez que, das
janelas do trem, vissem algum campanário. “Cada
campanário – dizia ele – nos faz pensar numa Igreja, na qual
existe um Sacrário, na qual se celebra a Missa e onde está
Jesus.” Aprendamos com os Santos, nós também. Que
eles queiram comunicar-mos um pouco do incêndio de amor que
consumia os seus corações.
E, então,
também em nós bem cedo se levantará um incêndio de amor,
pois é muito consolador o que nos assegura São Leonardo de
Porto Maurício: “Se praticardes muitas vezes por dia o
Santo Exercício da Comunhão Espiritual, eu vos dou um mês de
tempo para terdes o vosso coração completamente mudado.”
Só um mês: Vocês entenderam?
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